Gancho de Esquerda
Eu olho para seus pés tentando desvendar o próximo golpe, mas ele muito rápido. Assim que abaixo um pouco a guarda, ele me acerta em cheio no queixo com seu poderoso gancho de esquerda. Caio no chão nocauteado ouvindo o toque do meu despertador dizendo que são meio-dia. Giro no tatame abraçando os travesseiros, eles fedem a suor e a café. Meu adversário se mantém de pé a minha frente com seu corpo definido sem nenhum um arranhão e com os olhos queimando de empolgação e motivação. Eu por vez estou aos frangalhos, sem força de escovar os dentes ou levantar da cama que mantem minha silhueta. Eu ouço ao fundo da multidão que aplaude meu adversário, alguém chamar meu nome ou é um miado, eu não sei mais. Mesmo jogando a toalha todos os dias, meu adversário não para de me bater até eu cair no chão com os olhos vermelhos e vazios contemplando a escuridão. Não é perder que me faz sentir assim, estou acostumado com a derrota, mas a dor que meu diabo causa. Eu só quero poder fazer a dor parar, e